terça-feira, 26 de julho de 2011


Weather changes moods


à chegada.

Da imagem liberta ou da forma como a libertação da nudez, nos conduz à tua espera.


Surges em seio, feita de luz. Teu cão diz que tu sabes que queres as coisas mas não as consegues despir, porque aos teus olhos, as coisas são o teu corpo, em pose universal. Ele debruça-se, em ondulações diurnas, sobre o teu joelho - o dorido, que viveu mais - e tu sabes que será sempre sobre esse joelho que a dor cairá em forma de prazer, através da cabeça do teu cão. Pintava-te entre pêlos de raças perigosas e rosnavas-me baixo enquanto pensavas na dor do teu joelho sobre as minhas costas. E a dor do teu joelho lateja até hoje na minha cabeça. Conspiraste a tempo de me minar com esse osso. Não sabes de nada. Apurar o faro é para ti um prémio diário, por chegares ex-equo à vida dos outros, às coisas deles. Voltares-te para mim, continua a ser exactamente o mesmo que virar a página de um livro. Envaideces-me de ganas.

sábado, 23 de julho de 2011

Cambraia

Estou velho. Hoje parei entre o meio da rua e da minha idade. Que rigor este, tão leve, pensar em lembrar-me sempre de ti. O esforço renova-se, de cada vez que recuso acreditar em Deus. Mas tu és completamente credo, para mim. Uma mulher assim, que existe entre as contas do rosário e o barulho diabólico da multidão, pode pedir tudo o que quiser. Descalcei-me cedo e estiquei os pés na nesga de Sol que batia sobre o chão. Via-te. Lembrava o teu reflexo, sempre ácido, ao espelho. Essa coisa de nos vermos, mato-nos, sabes?